segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O castelo e a flor.

Tenho escrito muito sobre flores. Mas isso não é de agora.
Lembro-me que, há bastante tempo, escrevi sobre uma flor que, com seu charme, derrubava qualquer guerreiro, mesmo aqueles que derrubavam castelos com suas forças.

Naquela época, a inspiração veio do alecrim, não qualquer um, o alecrim dourado.
Recentemente, numa apresentação de teatro, pediram que anotássemos num papel, algumas coisas que queremos lembrar sempre. A primeira delas, inesperadamente, foi o alecrim. Fazia um bom tempo que não pensava nesta flor e me senti bem por ter lembrado dela.
Conforme a peça seguia, tínhamos que anotar também coisas que queremos esquecer. Segundo as autoras/atrizes, para esquecermos, temos que lembrar de esquecê-las. É estranho, mas é válido se pensarmos em lembrarmos de algo que compense, naquele momento ruim, o que foi bom.
Pensei em muitas coisas, quase não cabia mais naquele papelzinho.
Apesar de termos queimado tais anotações no final, como desprendimento, ainda me lembro de algumas frases. Talvez por não querer me desprender por completo.
Seguem algumas que gosto de lembrar:
Sobre abandono - "Não esquecer que abandono é falta e lembrar sempre de nunca faltar".
Sobre a passarinha - "Renunciar-te não significa abandonar-te".
Sobre o passado - "Minhas priminhas comiam os recheios das bolachas e as deixavam com marcas de dentes no potinho".
Sobre a vida - "A vida é muito intensa".
Estas foram só algumas delas, pensei, lembrei e SENTI muita coisa naquela peça, o nome era: "Como me tornei bruta flor."
Nada mais justo para quem tem pensado tanto nelas.
Aliás, só agora, escrevendo, me lembrei ainda que o significado de uma das minhas tatuagens, a primeira, era envolvido com uma flor, que dava sentido à vida em meio ao caos.
Talvez, lá no passado, quando escrevi sobre a flor e os guerreiros, fosse porque já tivesse me sentido atingido por elas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário