sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Quando a luz toca na pele...

Era fim de tarde e a luz amarela do sol tocava as árvores, as pessoas, os pássaros, tocava, ainda, os cachorros pelas ruas. Eu fiquei assistindo aquilo até perceber quando ela me tocou também com seu calor, desenhando sombras em meus braços.

Olhei novamente ao redor e via os desenhos que ela formava por toda parte.
Procurei alguém que pudesse estar vendo aquilo como eu, mas só o que vi foram carros para lá e para cá, alguns bem rápidos resmungavam com outros mais lentos, não os carros, claro, as pessoas. Outros, à pé, corriam para atravessar a rua e continuavam seu caminho.
A luz acompanhava tudo isso, desenhando cada trajeto.
Por algum momento pensei que aquilo pudesse ser uma das coisas mais importantes da vida, a forma em que a luz tocava e desenhava tudo.
Mas a humanidade construiu uma sociedade onde isto seria loucura, uma insanidade. Como o simples fato da luz bater e voltar nas coisas poderia ser uma das coisas mais importantes?
Importante é ganhar dinheiro, encher o bolso de papéis coloridos e disquinhos de metais. Depositamos nossa fé nisso. (Digo "nossa" como humanidade)
Loucura é acreditar no amor, é acreditar que apenas com compaixão podemos ajudar. O correto nessa sociedade é ter dinheiro, daí sim, pode até dar esmolas.
Sou fraco ainda para ir contra ela e sigo fluindo através disso, mas me sinto forte resistindo a conceitos tão baixos quais ela me apresenta.
*Mas chegará a hora em que seguirei meu caminho contra ela.* Esta frase, talvez, seja a que mais esconde conceitos nas entrelinhas, mas é assim que a deixarei, completamente livre para interpretações.
Sinto-me bem ainda em pensar nas sementes que posso plantar. Talvez, eu mesmo não colha delas mas, no futuro, alguém ainda pode.
Agradeço ao meu pai que por diversas vezes repetia que: "Quando o bem cruza os braços, o mau prevalece".
Pois bem, eu não pretendo cruzar.

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