domingo, 19 de agosto de 2012

A caixINha

Encontrei uma caixinha linda, é encantadora.

- Onde achou?

Não sei ao certo, não dava pra ver direito e já faz um tempinho também.

- Mas sabe de quem é?

Não tenho certeza, tem um nome gravado, mas está meio raspado, parece que tentaram apagá-lo.

- Ah, pega pra você e se achar o dono é só devolver.

Não sei, não acho certo. Eu abri a tampa e tem um monte de papeizinhos escritos e por baixo tem outra tranca, mas não consegui abrí-la.

- O que está escrito nos papéis?

Vou ver...
"INcerteza", "INcoerência", "INdiferença" e uma porção de outras.

- Que estranho.

Pois é, o mais estranho é que aparentemente onde a caixinha acaba é que tem a outra tranca, mas da para sentir que tem muita coisa lá dentro, queria muito abrir.

- Tenta quebrar, mas com cuidado para não estragar o que tiver dentro.

Que ideia doida, não farei isso. Para começar a caixinha não é minha e ela é muito bonita para ser quebrada.

- Mas e se o que estiver dentro for muito melhor, você não prefere arriscar?

Eu gostaria muito, mas prefiro fazer isso junto com quem trancou e sem estragar nada. Talvez a pessoa nem se lembre que isso está aí.

- E o que fará então?

Não sei, acho que vou tampar e deixar onde estava, talvez eu deixe um bilhete junto. Estou começando a achar que quem perdeu queria esquecê-la.

Um comentário:

  1. Lindo filhão!!Muita sensibilidade, poucas pessoas tem essa capacidade. Tinhamu muitão! Bjocas

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