domingo, 25 de julho de 2010

Confia?

Já perceberam o quanto precisamos dos que nos rodeiam algumas vezes?
Durante muito tempo me senti muito seguro sobre o controle de algumas ações e, principalmente, um fácil domínio emocional diante de desafios. Claro que vez ou outra acordo insdisposto para muita coisa e, ora tento mudar o ânimo, ora deixo como está.


Mas hoje não foi bem assim. Como de costume, acordo cedo aos domingos para "treinar circo" (não o de picadeiro como já deve ter pensado, mas enfim...), se não fosse por um amigo (que ia comigo ou, eu com ele, já que eu era o caroneado) ter me ajudado a criar coragem de levantar depois de ter passado a noite de sábado em farra, provavelmente eu teria perdido o treino.
Os exercícios foram comuns a outros domingos antecedentes, eu deveria estar acostumado a eles. Um deles é o das vendas nos olhos enquanto andamos aleatoriamente pelo espaço de treino que é um antigo teatro. Foi onde começou o motivo deste 'post'.
Nunca havia sentido tanta insegurança nesse exercício como hoje. A cada passo, meu corpo se prendia mais, a sensação de que eu trombaria estava muito acentuada, tinha a impressão de que se esbarrasse na parede, seria como uma pancada em alta velocidade. Enquanto o nível de velocidade do exercício deveria subir, o meu diminuia, até que eu parei por completo enquanto meus companheiros de treino esbarravam em mim por várias vezes.
Depois disso fomos dispostos nas paredes e questionados se confiávamos no grupo. A resposta deveria ser interna e, mais do que depressa, respondi a mim que sim, mesmo sentindo que naquele momento não confiava tanto em mim. Na sequência do exercício, tive que me levantar na beira do palco, ainda de olhos vendados, e me soltar para cair onde não sei quem me seguraria. Pus em prova minha confiança no grupo e o executei sem exitar. Confesso que tive medo, mas a insegurança ainda era comigo.
Quando me sentei, que sentia o coração batendo forte depois da tensão, pude me sentir novamente e quando voltamos a circular pelo espaço, o fiz com muito mais firmeza, mesmo ainda com um pouco de medo.
A minha confiança, hoje, começou nos outros para, só depois, retornar a mim com mais força. Não conseguia esvaziar a "xícara" enquanto andava inicialmente pelo teatro, o medo se alastrou e passou a transbordar quando perdi o controle e me obriguei a parar. Ao me soltar do palco, o sopro final que alivia a tensão, serviu como um escape para esvaziar a tal "xícara" e, assim, pude retornar ao espaço de mente limpa novamente.
A confiança em si mesmo é muito importante, mas confiar no próximo se mostra igualmente importante, para que possa retorná-la mais forte.

Um comentário:

  1. "A corda que lhe dá segurança pode tb limitá-lo"
    Um alpinista escalava uma montanha em meio a uma tempestade de neve. Um verdadeiro desafio! Quase ao cair da noite, quando já se aproximava do topo da montanha, um movimento em falso fez com que ele escorregasse e começasse a despencar. Como estava equipado com todos aqueles aparatos de alpista, num dado momento a queda cessou e ele ficou no ar, preso por uma corda.
    Noite feita, a neve caia em abundância e o frio era intenso. Nessa situação de desespero, só escuridão a sua volta, ele não via saída. Começou a rezar, pedindo a Deus que o ajudasse a achar uma solução, pois em breve estaria congelado.
    Foi quando escutou uma voz em seu íntimo que dizia: "E se eu soltar a corda!!"
    No mesmo instante ele pensou: "Que pensamento mais louco! Neste momento a corda é minha única segurança! Se eu a soltar, morrerei na certa!" e pensando assim, agarrou-se ainda mais à corda.
    O dia amanheceu e, quando a equipe de resgate chegou, encontrou o alpinista morto, a apenas alguns centímetros do chão.
    È pelo medo pelo de nos desapegarmos de certas situações que aparentemente nos oferecem segurança que deixamos de alcançar maiores conquistas. A mesma corda que lhe dá segurança pode também limitá-lo.
    FILHÃO, TE AMO MUITÃO!

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