quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quando a flor se tornou o pássaro.

Ela era fixa, mas muito insegura. Vivia sempre ali, no mesmo lugar.
Era estranho que ela sabia da sua capacidade, sentia como se pudesse fazer mais do que simplesmente encantar o seu espaço. Digo estranho porque, na sua cabeça, isso era inverso, queria encantar além, mas pensava que não podia. Mas assim que passamos a desejar tais sentimentos de liberdade, já começamos com o primeiro passo para alcançá-la.

Quando ela obervava os pássaros, sentia vontade daquilo que faziam: Eles voavam.
Isso não quer dizer que não gostava de ser flor, ou que quisesse ser o que não é, só queria fazer mais, doar-se mais, ou puro e simplesmente libertar-se.
Conforme este desejo aumentava, ela conseguiu uma conquista inusitada.
Quando chegava a noite e ela podia decansar como flor, passou a voar como um pássaro. No começo era apenas como um sonho, mas percebeu logo que era muito mais que isso.
Como gostava, também, de ser flor, não demorou para que cumprisse seu papel de encantamento por onde passava com seu vôo.
Nada do que está de fora acreditava nesta história da flor, diziam que é apenas um sonho, mas para ela, é inquestionável o que sente. Sonho ou não, ela tem certeza daquilo que sente quando voa e canta por aí.
Eu a conheci como flor pelo dia e também pela noite, mas consegui encontrá-la como pássaro algumas vezes e, mesmo que ela não tenha dito que era ela, eu a reconheceria em qualquer forma.
Também não sei explicar tal possibilidade, mas quem precisa disso, explicações?
Então foi assim que a flor começou seu trajeto rumo à liberdade que almejava. E ela alcançou o melhor caminho para esta liberdade, que é curtir livremente seu percurso.

Um comentário:

  1. Engraçado como esse texto ficou tão diferente lido uma segunda vez!

    Haha! Parabéns pelas palavras..

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