segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As lembranças, o tempo e a vida.

Este texto tem como inspiração outro que ainda nem existe.

Pode parecer estranho isso, mas é que ele vem da essência de algo, de um trato com uma amiga. Ela escreveu uma vez um texto lindo, cujo título é: "Quanta vida tem um tempo?". A poucos dias atrás, eu escrevi um que, sem querer, se encaixa com o dela, o título é: "Quanto tempo tem uma lambrança?". Com isso, pensamos na construção integrada de um terceiro: "Quantas lembranças tem uma vida?".
Agora sim começa o que eu realemente quero escrever. É que era importante que entendessem um pouquinho desta forte ligação que sentimos ter.
Fuçando em papéis velhos em casa, encontrei um texto antigo que havia começado a um tempo atrás, seu título é "A vida". Nele eu escrevia em uma folha algo sobre o que me lembrava do passado, tentando sempre dar continuidade como um texto só. Seria quase como somatória de lembranças da minha vida.
Ele começa com um desejo simples que me acompanhou por muito tempo ao longo dos anos que vivi até aqui. Trata-se do desejo de voar. Desde pequeno até muito pouco tempo atrás, eu sonhava que podia mesmo voar. Não precisava ter asas, era quase como na Terra do Nunca, tinha que me concentrar muito em algo bom, a diferença é que tinha esforço físico também, tinha que bater os braços como asas e empurrar o ar, que por causa da concentração se tornava mais "palpável". Quanto mais concentração, mais sentia o ar nas mãos, como se apoiasse nele. No alto conseguia planar, onde podia descansar e curtir a sensação de liberdade.
Desculpem se pareceu cansativa esta explicação, pois era assim que me sentia ao acordar, cansado, mas feliz.
O texto fala também de quando eu quis ser do exército. Mas, primeiramente, não acho que eu tenha nascido para tirar nenhuma vida, e depois, não conseguiria acatar alguma ordem qual eu discordasse e não pudesse discutir sobre ela. Acho que prefiro ser outro tipo de soldado, que luta com outro tipo de doutrina, como faço a cada dia.
Ah, ia quase me esquecendo, cito no começo do texto, o desejo de ser imortal, que é quebrado exatamente pelo tema de tudo isso, que é viver da melhor maneira, curtindo as boas lembranças e tentar deixar algumas sobre mim pra quando partir.
Falo sobre ser artista, mas de como prefiro ser arteiro, sobre o "sempre" que, para mim, é o enquanto dure. Sobre curtir a família enquanto nos temos por perto.
Ai ai, tem lá também, o desejo de não crescer, mas, ao mesmo tempo, do quanto isso é bom, porque tenho a condição de manter alguns aspectos fundamentais que adquirimos quando crianças, mas costumamos perder quando "crescemos", alguns como: inocência, sinceridade e sonhos.
Falo sobre outras coisas também, mas estas foram as que eu quis compartilhar.
No decorrer deste texto pude refletir um pouco e acabei na conclusão de que vivemos assim como nos livros e filmes, que contam com histórias de amor, aventuras, suspenses, medo e até de ficções, a diferença que pude encontrar está no final, que no lugar do "felizes para sempre", do ponto final ou da exclamação, se encontram a interrogação ou as reticências.

Um comentário:

  1. Filhão querido! Você sabe nos tocar com suas palavras, acredito que por saberes viver intensamente sua vida. Você é um Ser muito amado e por isso, tem tanto amor pra dar..... TINHAMU MUITÃO!!

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